Vivemos tempos difíceis não porque estamos numa crise
financeira a nível mundial, não porque vivemos numa época sem valores estáveis,
não porque não há segurança em parte alguma, não por qualquer outro facto ou
constatação, vivemos tempos difíceis
porque o mundo atual está a ser guiado por filosofias e doutrinas que o estão a
encaminhar para a destruição.
Jesus disse que os cristãos são a luz do mundo.
Se o mundo anda desorientado é lícito perguntar onde está
luz, onde estão os guias ou o que andam a fazer face a tanta desgraça no
presente e a um futuro sombrio.
As perguntas pertinentes são: saber onde estão os cristãos?
e o que é que cá andam a fazer?
A estimativa de habitantes do planeta é de cerca de 7
biliões de pessoas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Enciclopédia
Britânica, 33,06% da população mundial diz professar o cristianismo, 21% o
islamismo e 13,33% o hinduísmo.
Se fizermos as contas são cerca de 2 biliões trezentos e
catorze milhões de pessoas que se dizem cristãos, ou seja, 1 em cada 3
habitantes do planeta diz que é cristão.
Face à situação do mundo e do planeta, é caso para se dizer
que é muita gente e pouca obra.
Se analisarmos cada “igreja”, verificamos que a grande luta
não é a disseminação do evangelho, mas simplesmente sobreviver, quer como
comunidade e estrutura, quer como a “liderança” arranjar meios de subsistência.
Verifica-se muito mais o proselitismo entre as diferentes
comunidades do que conseguir chegar às populações não crentes onde estão
inseridas.
O problema de muitos dos que se dizem cristãos da atualidade
é a falta de convicções, tornaram-se religiosos e integraram a cultura nas suas
crenças. O ser cristão passou a ser um conceito tal como as convicções
futebolísticas, conceitos de beleza, conceitos de pátria ou outros. Ser cristão passou a ser um hábito cultural
e não uma fé.
Cristãos culturais geram cultura religiosa e cultura
religiosa é parte integrante do sincretismo filosófico dos tempos atuais onde
as convicções são consideradas perigosas.
Sem convicções os cristãos
abandonaram a causa de Cristo. A cruz e a salvação passaram a mitos. A cultura aceita que
os mitos façam parte da vida, mas desvaloriza-os como realidade.
A sociedade vai tolerando os que se dizem cristãos, porque o
seu misticismo religioso ainda os leva a fazer umas caridades que servem para
aliviar a consciência dos ditos cristãos e a sociedade vai aproveitando alguma
coisa destes pobres de espírito.
As divisões entre os que se dizem cristãos são tantas e os
conflitos internos são tão conhecidos que em muitos sítios os cristãos estão
completamente desacreditados. As desavenças entre os que se dizem cristãos são
folclore para entreter os beligerantes e animar a população local.
Sendo os que se dizem cristãos ⅓ da população mundial e
estando concentrados maioritariamente no ocidente, em que a democracia (?)
ainda é o sistema político vigente, seria de esperar que ao menos tivessem
alguma influência. Mas se analisar-mos bem a situação, têm mais influência a
comunidade LGBT( Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais) que segundo alguns
estudos representam uma ínfima parte da sociedade.
A falta de convicções dos que se dizem cristãos, aliada a
uma grande integração nas suas doutrinas de filosofias mundanas tornaram o
cristianismo maçador, desinteressante e acima de tudo sem objetivos pelos quais
vale a pena lutar.
O cristianismo da atualidade não tem alternativas, deixou-se
ultrapassar pelas doutrinas da exaltação do ser humano. Assim sendo, o
cristianismo no ocidente foi relegado para a esfera privada, sendo a capacidade
técnica do ser humano a grande estrela da sociedade.
Muitos dos que se dizem cristãos tornaram-se cúmplices do
assassínio de inocentes, a difamação é prática também de muitos, a destruição
da família é comum e até apoiada por muitos, a falta de transparência e até a
falsificação das contas é gritante, o conluio com atividades na área da
prostituição é visível, a falta de compromisso pessoal e coletivo é gritante.
Bem podem os oradores efetuar pregações inflamadas a exaltar
as virtudes do cristianismo e a condenar quem lá não está, que com este tipo de
testemunhos certamente da sociedade vão é receber desprezo.
Sendo esta a perspetiva do mundo cristão da atualidade,
pode-se pensar na sua falência ou até o seu desaparecimento. Do ponto de vista
mundano esta é uma possibilidade com que sonham há muito tempo.
Jesus avisou que a Igreja iria ter de conviver com o joio.
Se o joio parece que tomou conta da Igreja, se muitos líderes são o próprio
joio, outros não têm discernimento para verificar a diferença e até fazem
pactos com o mal, não é por isso que o cristianismo irá desparecer.
O joio nos campos de trigo entrelaça-se nas raízes e como
tal é difícil de arrancar, além de que é portador de substâncias tóxicas que
prejudicam o crescimento do trigo e até o chega a sufocar.
O joio dentro das comunidades
cristãs cumpre o mesmo papel que o verdadeiro joio, entranha-se nas comunidades
para ser parte delas e além de lhes roubar a identidade, também tem o papel de
desviar e até eliminar o genuíno.
Sabemos que onde há pessoas há possibilidade de conflitos.
Também sabemos que o cristão é um pecador redimido através da obra salvítica de
Jesus. Como tal, o cristão sabe que não é perfeito e que a sua tendência para o
pecado o leva por vezes a fazer asneiras. Mas uma coisa é asneirar e reconhecer
o erro, outra coisa é tentar distorcer a asneira em algo subjetivo e fazer
doutrina do disparate. Para o cristão pecado é pecado, mas sabe que não é a sua
prática e tem estar atento à voz do Espírito, para reconhecer o erro quando o
pratica ou nele cai.
Bem podem as comunidades cristãs serem invadidas por
pedófilos, avarentos, agiotas, falsificadores, difamadores, mentirosos,
adúlteros, etc, etc, etc, que mesmo assim a mensagem do evangelho continuará a
ser proclamada.
Bem pode essa gente querer desvirtuar a Bíblia e perseguir
os verdadeiros crentes, que mesmo assim Deus há-de continuar a levantar arautos
da salvação. Serão os perfeitos? Não, são os humildes e os
auto-reconhecidamente fracos que com a sua genuinidade irão mostrar a imagem de
Deus
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque muitos cristãos
abandonaram a fé, mas continuam a fingir que o são.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque o joio tem mais
influência na igreja que os cristãos.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque a influência do joio
está a introduzir na igreja as doutrinas do mundanismo.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque grupos organizados, com
falsa bondade e falsa piedade, estão a ocupar lugares de destaque, para
desacreditar quem está lá dentro e criar antipatias com o exterior.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque a igreja em vez de dar
os frutos do espírito está a dar os frutos do joio.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque dão ouvidos a espíritos
enganadores, para tornar o mal em bem.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque a hipocrisia fala
mentira como se fosse verdade.
Vivemos tempos difíceis? Sim, porque a consciência está de
tal maneira cauterizada que já não há discernimento.
Vivemos tempos difíceis? Sim, mas também vivemos tempos
de glória, porque no meio de tanta desgraça, no meio de uma crise
financeira sem precedentes, da dificuldade em acreditar no futuro, de uma falta
de segurança incrível, de falta de compromisso, no meio de destruição de vidas,
de famílias, de empresas, no meio de uma sociedade à beira do colapso, sabemos
onde está a ajuda e o conforto.
O cristianismo não é uma filosofia, é o poder de Deus para
todo o que crê.
As hostes da maldade sabem do poder sobrenatural do
cristianismo, mas também sabem que mesmo com a péssima situação em que este se
encontra, que não é a quantidade ou mesmo a qualidade que conta. mas a unção do
poder de Deus, assim sendo, mesmo nesta situação as hostes da maldade não param
nem descansam na sua luta, que também sabem que já foi perdida à cerca de dois
mil anos.
Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail:blog.terradosreis@gmail.com
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