CIENTISTAS VERSUS FILÓSOFOS


Assisti a um debate na televisão sobre um tema que pensei que já estava fora de moda. O motivo foram as descobertas no acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider) do CERN (Organização Europeia para Pesquisa Nuclear) e o tema era se a ciência é compatível com a religião.
Uma das questões levantadas, foi se as novas descobertas são o principio do fim das religiões. É uma questão recorrente. Argumentos absurdos são utilizados e mais do que isso gastam-se recursos intelectuais para discutir o nada, ou como se diz na gíria popular, discute-se o sexo dos anjos.
A fraqueza destes debates é que normalmente não há interesse em relembrar as bases daquilo que é ciência e o que é o facto cientifico. Baseado em falácias, a maioria dos argumentos utilizados neste tipo de debates não passariam no crivo da verificação factual.
Estes debates não são mais, do que, puro entretenimento e não acrescentam nada de novo. Se num destes debates algum dos presentes for perito em oratória, certamente será o que mais simpatia granjeará entre os assistentes. Mas a experiência diz-nos que não é quem fala melhor ou mais alto que tem razão. Já muitos julgaram que saíram vitoriosos, mas o tempo mostrou o contrário.

Gostaria apenas de cogitar num argumento, que vale o que vale sobre este tema.
Dando como exemplo o CERN, que é considerado um dos mais avançados laboratórios em todo o mundo, se na realidade ciência e religião são incompatíveis, será que nesse laboratório algum dos cientistas professa algum tipo de religião? É claro que a resposta é positiva, sim, existem cientistas crentes das mais diversas religiões, não só no CERN como nos demais centros de pesquisa existentes em todo o mundo. Dado este facto é lógico presumir que entre ciência e religião não há incompatibilidade.

Não há nada de incompatível entre as religiões e a ciência, mas entre religiosos e cientistas existem muitas incompatibilidades. Não confundir religião e religiosos, pois os segundos são perigosos e de pouca confiança, sejam da área do cristianismo ou outra, sejam os sacerdotes evolucionistas que sem factos provados cientificamente se transformaram em religiosos dogmáticos com as pretensões de terem resposta para tudo.

Na ciência a alegria e satisfação de uma descoberta não é mais que uma porta para outras pesquisas e assim sucessivamente. Os que se dedicam à investigação sabem perfeitamente que não há factos fechados nem respostas para tudo.
O “só sei que nada sei” não é compatível com os apologistas da ciência da certeza absoluta e das respostas para tudo, pois o que defendem é o absurdo de que no futuro deixará de haver ciência pois eles têm teorias certas para tudo.
Qual pessoa com alguma curiosidade, sabe que muitos factos dados como certos no passado, com o avanço no conhecimento, foram dados como errados passados alguns anos. Isso não invalida a capacidade intelectual dos cientistas da altura, pois trabalhavam com as técnicas e verificações possíveis.

Estes debates, são apenas distrações entre uma guerra bem mais profunda entre duas classes que entre si disputam as luzes da ribalta.
Durante muito tempo a filosofia assumiu-se como a precursora de todas as ciências, inclusivamente como a alternativa às religiões. A retórica tornou-se a sua arma e o melhor utilizador da mesma seria o vencedor. Foi assim durante muito tempo. Os avanços tecnológicos trouxeram novas descobertas e consequentemente a formulações de novas teorias e reformulações de antigas.
Deslumbrados com os novos conhecimentos, os novos cientistas acharam-se os donos da verdade. Ficaram de tal maneira ofuscados pelo sucesso, que a arrogância tomou conta deles e sonharam em tomar as rédeas da influência e do poder. Puseram as regras e definições de ciência de lado e a sua argumentação é baseada em teorias sem qualquer comprovação científica, mas com muita roupagem retórica.

Estes debates sobre religião e ciência não passam de “fedi veres” para distrair do verdadeiro objetivo que é mostrar a nova geração de fazedores de opinião, daqueles que se dizem cientistas. Se muitos o são na verdadeira aceção, outros não passam de oportunistas para subir socialmente e alguns para receberem subsídios para investigação.

Sabem que não conseguem alcançar o espiritual, não têm explicação para o que realmente interessa às pessoas, mas enchem-nas com artefactos tecnológicos e dizem que isso é qualidade de vida e fazem promessas de melhorar o futuro.

E onde estão os filósofos?
Muitos juntaram-se a esta nova era para ver se reclamam algumas migalhas, outros dedicam-se ao ensino. A filosofia está a tornar-se uma ciência do estudo do pensamento primitivo e estes debates não passam disso mesmo a tentativa de demonstração dos novos senhores da informação.

Ciência versus religião, não, essa dialética já está resolvida há muito tempo e cada um deve estar no seu lugar.

Ciência versus filosofia, também não, são disciplinas que em si mesmas não se podem confrontar, são antes complementares, não apenas entre elas mas com tudo o que rodeia a existência.

Cientistas versus filósofos, é a luta pela ambição da influência.

O jogo do poder não é entre o conhecimento seja o cientifico ou o espiritual, é entre pessoas, é o jogo de quem tem mais influência, é entre cientistas e filósofos, tentando os cientistas ocupar a cadeira do poder e consequentemente a da influência.
Esta ambição já em épocas anteriores vitimou outros grupos e só trouxe descredibilização às áreas onde estavam inseridos.

O trialismo cristão foi perseguido no passado e ainda o é no presente. Embora algumas das formas de perseguição ainda sejam semelhantes, outras vestidas de uma intelectualidade sem base, tentam nas mesma perseguir e destruir o que não tem principio nem fim. A demanda dos perseguidore , foi, é, e será uma luta quixotesca.
O trialismo cristão abriu as mentes na época obscura da Europa e do médio oriente, libertou os povos dos rituais bárbaros do assassínio de crianças e trouxe respeito e libertação às mulheres.
O trialismo cristão não é explicável. Nenhuma metodologia terá sucesso na sua defesa ou ataque.
O trialismo cristão baseia-se na fé, na livre escolha e no respeito da diferença.
O trialismo cristão é tão forte e necessário hoje, como o foi no passado e continuará a ser no futuro.

Alexandre Reis
Para algum esclarecimento contactar através do e-mail:blog.terradosreis@gmail.com

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